O consumo de recursos do planeta está muito acima da capacidade natural da Terra e da sua regeneração, pondo em causa a vida do planeta. É urgente ganhar tempo! Tempo para que o planeta Terra regenere os seus recursos naturais e, para isso, temos de adotar hábitos de consumo responsáveis, que respeitem a vida e a preservação da biodiversidade.
Atualmente, estão em risco um grande número de espécies e ecossistemas. As extinções das últimas décadas são a parte mais visível desta perda de biodiversidade, o que coloca em risco ecossistemas, a economia, a geração de emprego, a segurança climática e alimentar, a saúde, justiça social, e acima de tudo é comprometer um legado essencial às gerações futuras.
Convidamo-lo a visitar aqui a nossa exposição de fotografias que ilustram a beleza, a fragilidade e características únicas, presentes em algumas das mais incríveis espécies a habitar o nosso planeta.
Para tal contamos com a parceria de duas instituições históricas e referências incontornáveis na proteção e preservação da biodiversidade em Portugal. O Aquário Vasco da Gama na vida marinha e o Jardim Zoológico na vida terrestre.
O Aquário Vasco da Gama é uma instituição secular, órgão da Marinha Portuguesa, criada pelo olhar de um príncipe com uma visão de futuro. O espaço do aquário nasceu para mostrar a todos o que na época foi uma nova descoberta, a “vida no fundo do mar”.
Ao longo dos tempos, o Aquário Vasco da Gama cresceu e passou a albergar aquários com espécies vivas da costa portuguesa, com o intuito de divulgar a nobre missão da preservação dos Oceanos. Neste Aquário-Museu, um dos mais antigos do mundo, que através da coleção oceanográfica do Rei D. Carlos e da mostra de espécies vivas continua a promover a “Vida no Mar".
Ruivaco-do-Oeste | Achondrostoma occidentale
É uma espécie de peixe extremamente ameaçada porque os rios onde vive são especialmente poluídos e o seu caudal fica muito reduzido durante o verão. Só existe em três pequenas ribeiras, entre Mafra e Torres Vedras: Sizandro, Safarujo e Alcabrichel.
Peixe-Porco | Balistes Capriscus
Vive em zonas rochosas próximo da costa, formando pequenos cardumes. Os adultos constroem ninhos no fundo que guardam até ao nascimento das larvas, que ocorre entre 48 a 55 horas depois dos ovos serem depositados.
Boga Portuguesa | Iberochondrostoma Lusitanicum
Desova em grupos e os ovos aderem às pedras ou plantas aquáticas, onde se desenvolvem. A reprodução ocorre na primavera.
Encontra-se no rio Sado, na parte inferior da bacia do rio Tejo e nas pequenas ribeiras que desaguam no mar a norte de Lisboa, até ao rio Lizandro.
Mero | Epinephelus Marginatus
Os adultos desta espécie são solitários e territoriais, preferem fundos rochosos. Alimenta-se de peixes, polvos e moluscos. Hermafrodita protogínico, atinge a primeira maturação sexual como fêmea aos 5 anos e torna-se macho depois dos 10.
Escalo-do-Sul | Squalius Pyrenaicus
Vive nos grandes e nos pequenos rios locais onde tem a sobrevivência ameaçada durante a estação seco, devido à perda de habitat e degradação da qualidade da água.
Encontra-se no Tejo, Sado, Guadiana, Guadalquivir e pequenos rios no sul de Portugal.
Peixe-Cão | Bodianus Scrofa
Vive em fundos rochosos, entre 20 e 200m de profundidade. São hermafroditas protogínicos, ou seja, na primeira fase da sua vida são fêmeas, transformando-se mais tarde em machos. Vivem no Atlântico oriental: Açores, Madeira, Canárias e Cabo Verde.
Raia-Curva | Raja Undulata
Vive sobre fundos arenosos em águas costeiras até 200 metros de profundidade. Ovípara, os ovos protegidos por cápsulas rijas e retangulares, com prolongamentos pontiagudos nos cantos, são depositados no fundo.
O trabalho do Jardim Zoológico não se restringe ao perímetro de Sete Rios, estende-se um pouco por todo o mundo, no habitat natural das diferentes espécies. De forma a concretizar a sua missão, em 2005 criou um Fundo de Conservação através do qual participa em ações de emergência em Portugal e no Mundo, apoia financeiramente diferentes projetos e desenvolve parcerias na área da investigação e da educação.
Sempre que visitar o Jardim Zoológico ou apadrinhar um animal está a contribuir diretamente para este fundo e, consequentemente, para a Conservação da Natureza.
Búzio-d’Obô | São Tomé e Príncipe
O Projeto de Conservação da Biodiversidade das Ilhas de São Tomé e Príncipe tem como objetivo promover a sensibilização, valorização e conservação da fauna e flora das ilhas, utilizando o Búzio-d’Obô como objeto de sensibilização. Classificado como “Vulnerável” pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), este molusco gigante tem assistido, nas últimas décadas, ao declínio acentuado da sua população.
Foto de Autor: Vasco Pissarra para Forest Giants Project.
Dragão-de-komodo | Indonésia
O Jardim Zoológico participa desde 1998 em Projetos de Conservação in situ do Dragão-de-komodo. Os projetos incluem trabalho de investigação, monitorização das presas disponíveis, censos para a identificação da distribuição da espécie, e sensibilização da população e instituições locais para a importância de conservar estes animais.
Leopardo-da-pérsia | Cáucaso
O Jardim Zoológico coordena o Programa de Reprodução e Reintrodução dos Leopardos-da-pérsia desde 2013, ano em que enviou um casal reprodutor para o Centro de Reprodução e Reintrodução do Parque Natural de Sochi, na Rússia. Em 2017 foram reintroduzidas as primeiras crias.
Chitas | Namíbia
Através do seu Fundo de Conservação, o Jardim Zoológico participa desde 2019 no programa de conservação Livestock Guarding Dog, na Namíbia. O projeto, desenvolvido pela Cheetah Conservation Fund, diminuiu em 80% o conflito entre as populações locais e predadores selvagens em extinção, como por exemplo a chita.
Koala | Austrália
O Jardim Zoológico iniciou uma colaboração com o programa de conservação de koalas em 1991 tendo sido o primeiro zoo europeu a ter esta espécie sob seu cuidado. Em 2020 o Zoo reforçou o seu apoio ao projeto promovendo uma angariação de fundos para apoiar o salvamento das espécies em perigo devido aos fogos florestais que fustigaram o território australiano. Através do Fundo de Conservação do Jardim Zoológico foi ainda possível oferecer ao projeto dois aparelhos de monitorização.
Okapi | República Democrática do Congo
O Programa de Conservação in situ de okapis na República Democrática do Congo tem como objetivo formar e equipar os guardas da Okapi Wildlife Reserve, na floresta de Ituri, atuar na educação ambiental junto das populações locais e colaborar com o Centro de Formação e Investigação em Conservação Florestal em Epulu. O Jardim Zoológico apoia o projeto desde 2006.
Foto de Autor: Rui Bernardino
Órix-de-cimitarra | Tunísia
O Órix-de-cimitarra está extinto na natureza. A caça, a perda de habitat e a competição com o gado doméstico são apontadas como as principais causas para o seu desaparecimento. A espécie existe apenas em reservas e instituições zoológicas, como o Jardim Zoológico, que trabalham diariamente para promover a sua restituição no habitat natural.
Lémures | Madagáscar
Em 2007 o Jardim Zoológico associou-se a um importante programa de conservação numa das últimas florestas intactas de Madagáscar, a Floresta de Farankaraina. Essa participação foi reforçada em 2019 com a oferta de colares GPS colocados nos animais aquando da translocação de Lémures-vermelhos. Este processo consiste em retirar os animais de zonas onde se encontram em perigo e transferi-los para áreas protegidas.
Gorila | Camarões
O Jardim Zoológico apoia o Programa de Conservação in situ do Gorila desde 2006. Este programa centra-se em quatro pontos que vão desde o resgate de animais em perigo à sensibilização da população local para a necessidade de proteger este grande primata.
Lince-ibérico, Lynx pardinus | Península Ibérica
Em 2014 foi construída em Lisboa, a Tapada do Lince-ibérico, a segunda instalação visitável no Mundo para esta espécie. Este espaço tem como missão sensibilizar os visitantes para a importância de conservar este felino tão ameaçado